Limitações bloguísticas

julho 27, 2017 Helô Righetto 3 Comentários


Lembro quando um colega de trabalho lá no Brasil me falou: achei seu blog. Sabe quando dá aquele embrulho no estômago, aquele calor interno, que a gente só sente quando alguma coisa deu muito, muito errado? Isso era lá por 2007 e ainda era relativamente fácil manter um segredo digital. O que facilitava muito a minha vida, eu escrevia qualquer bobagem e transformava qualquer episódio da vida cotidiana em post.

Tinha várias amigas e amigos próximos que não sabiam do blog, nem minha família, nem chefe, nem ninguém. Hoje o negócio é bem diferente! O que eu acho ótimo, mas por outro lado tira a espontaneidade dos posts. Pelo menos no meu caso. Não que eu queira falar mal das pessoas (talvez), mas dá medo de usar uma conversa, uma briga ou uma curiosidade da vida alheia como inspiração. Até porque quando a gente escreve, a turma lê e interpreta como quer. 

É aquela coisa né? Tipo publicitário famoso que fala que empoderamento feminino é clichê porque não consegue mais vender campanha com mulher de biquini pra vender de carro a cerveja. Tem que exercitar os neurônios e tentar ser um pouco mais criativo. No meu caso, preciso achar um jeito de encontrar graça na rotina pra fazer esse blog seguir em frente sem a anonimidade pra me proteger : )

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Fenômeno Digital

julho 24, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Não sou eu (nem minha mãe) que estou dizendo. É o povo do Brazilian International Press Award que achou que o conteúdo que eu e a Renata produzimos no Conexão Feminista é bom o suficiente para concorrer a um prêmio na categoria Fenômeno Digital (voto popular).

Fenômeno Digital!! Influenciadora? Pfff, que bobagem. Sou fenômeno. Ou melhor, concorrente a fenômeno.

Então queridos leitores, que eu desaponto com falta de posts dia após dia, já que vocês tem tempo de ler esse blog, cliquem aqui nesse link e votem em mim (tem outras categorias também). Eu juro que se eu me tornar um fenômeno premiado o sucesso não vai me subir a cabeça. Talvez suba. Ok, não prometo nada, mas vou mendigar voto mesmo assim.

VOTA VOTA VOTA (e vota de novo amanhã)

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Kiliqueridos

julho 16, 2017 Helô Righetto 2 Comentários


Se viajar com amigos já é algo arriscado, imagina viajar com um grupo de mais de 20 desconhecidos? Passar perrengues, ter conversas escatológicas, fazer todas as refeições juntos... tem tudo pra dar errado! Mas, pra minha surpresa, deu certo.

Com a Pati, que me falou "eu amo Londres" na noite antes de começarmos a expedição, ainda no hotel. Daí pra frente, ladeira acima (literalmente e metaforicamente)

O Sérgio sentou ao nosso lado no jantar no hotel, no dia que todo mundo chegou e ninguém se conhecia. Há cerca de 5 anos ele foi diagnosticado com um linfoma, e decidiu que caso se recuperasse, iria pro Kilimanjaro. Check!
Não sei se em outro contexto esse grupo teria dado certo. Obviamente não jurei amizade eterna pra todo mundo - sempre tem gente com quem temos mais e menos afinidade - mas terminamos nossa expedição sem desentendimentos. 

Quando a expedição chegou ao fim, todo mundo foi pra casa. A Mari e o Paulo foram pro interior da Tanzania e construíram uma escola. Como não jurar amizade eterna? Mais dois integrantes da querida turma do fundão. Chegamos junto com eles no cume (e com a Fabi, mas não tenho foto dela!!), nunca vou esquecer. 
Alguns dos integrantes da expedição ja se conheciam de uma viagem anterior para o acampamento base do Everest, mas muitos de nós tivemos um dia apenas para decorar os nomes e trocar aquelas informações básicas (da onde você é? o que você faz? já fez alguma outra viagem desse tipo?). E aí, de refeição em refeição, de trekking em trekking, começam as conexões "especiais". A gente acaba sentando do lado das mesmas pessoas no almoço, no café e na janta. E nas paradinhas pra água ao longo dos muitos quilômetros rumo ao cume, quando nos damos conta estamos descansando junto a essas mesmas pessoas.

Eu adorei dividir essa experiência com cada um deles. Longas horas de papos profundos com alguns, diálogos mais curtinhos com outros, mas a vontade é de voltar no tempo e fazer exatamente a mesma viagem como exatamente o mesmo grupo.

Eu, Paulo, Mari e Pati. Muitos lanchinhos divididos nessas paradas

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Mestrado

julho 14, 2017 Helô Righetto 3 Comentários


Pois é, eu vou fazer um mestrado. Que alívio que me dá falar isso, depois de um fim de 2016 e começo de 2017 meio chatinhos. Agora, com a decisão tomada (e, mais importante, com a vaga conquistada oficialmente), sinto que tenho controle da minha vida novamente (olha o drama!).

Mas vamos ao que importa. O nome do meu curso é Gênero, Mídia e Cultura (em inglês: Gender, Media and Culture). Eu estava procurando algum curso sobre história do Feminismo, e quanto mais eu colocava no Google, mais esse resultado aparecia. Nas primeiras buscas eu ignorei o resultado assim que vi o "MA" (abreviação em inglês que indica que o curso é um mestrado), mas toda palavra chave que eu colocava, resultava nele.

Até que resolvi entrar no site e dar uma olhada. E parecia perfeito pra mim. Não apenas as matérias, a essência e as possibilidades de tese, mas pra melhorar a universidade é bem perto da minha casa. Olhei os requisitos necessários, vi que não teria grandes burocracias para me candidatar e corri atrás dos documentos: diploma, referências, uma carta explicando a razão do meu interesse. Somei a esse material todas as colunas que já publiquei no Brasil Observer, os hangouts do Conexão Feminista e tudo mais que eu achei que poderia me ajudar.

Mandei tudo e precisei esperar. E essa espera foi horrível. Não sabia o que fazer: continuava procurando emprego? E se conseguisse um trabalho e também a vaga do mestrado? E se não conseguisse nenhum dos dois? Receberia o atestado de fracassada pelo correio (drama, parte 2)? Resolvi não falar pra muita gente, porque tinha medo de não ser aceita e depois ter que lidar com todo mundo perguntando "e o mestrado?".

Aí, finalmente, 3 meses depois, chegou a resposta. Mal tive tempo de comemorar, pois a oferta da vaga vinha com uma condição: fazer o IELTS, o exame de inglês sobre o qual já falei aqui. Por essa eu não esperava, e tentei argumentar com a universidade. Mandei meu certificado de Cambridge, mandei as matérias que escrevi em inglês quando estava trabalhando e tudo mais que me ajudaria a provar que sim, que eu tenho capacidade de fazer um mestrado em inglês. Mas não adiantou e lá fui eu fazer a prova. Como vocês já sabem, no fim deu tudo certo.

Então é isso. Estou aproveitando e muito meu verão inglês antes que as aulas comecem no fim de setembro. Ando com a agenda cheia: encontros, shows, meus compromissos com a LAWA, meus frilas, blog, Conexão Feminista e umas viagenzinhas a vista antes da vida acadêmica começar. Mas já estou tendo um gostinho de como vai ser, pois essa semana recebi email do coordenador do curso, solicitando uma dissertação e "recomendando" diversas leituras.

Ah, os livros. Vou sentir falta de ler o que eu quiser, quando eu quiser. Será um ano intenso. Já me dá saudades do limbo.

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Leitura: Quando a Lua Canta para o Lobo (Uma Ópera Licantrópica), Bárbara Axt

julho 11, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Esse é um livro especial. Primeiro, porque foi escrito por uma amiga, a Bárbara. Segundo, porque foi o primeiro livro que li em formato digital. Não, não me tornei adepta ao Kindle ou afins, mas é que tive o privilégio de ser uma "beta reader". Isso quer dizer que a Bárbara me mandou o manuscrito, para que eu lesse e desse minha opinião. Legal, né?

Confesso que estava um pouco ansiosa: e o medo de não gostar de um livro escrito por uma amiga? Eu já sabia (e ela também) que esse não é o estilo de leitura que eu gosto (fantasia/sobrenatural), mas eu jamais deixaria passar uma oportunidade dessas.

E não é que eu gostei, e muito, da história? Li em questão de dois dias, coisa bem atípica pra mim. Eu ia lendo e mandando perguntas/comentários pra Bárbara, e fiquei super empolgada de acompanhar a produção. Afinal ela não só escreveu como também produziu e lançou de forma independente. Ou seja, o livro está sendo vendido diretamente pelo site dela, tanto em formato impresso como em ebook. Você pode comprar aqui e apoiar uma escritora!

O livro se passa em Londres, envolve estudantes de música e tem muuuitas curiosidades sobre a cidade. A Bárbara fez ums pesquisa detalhada sobre os lugares por onde os personagens passam e sobre acontecimentos verídicos em alguns desses lugares. E tem romance. Só que não é qualquer romance.

Enfim. Leiam. Comprem de presente, espalhem a notícia. O mundo precisa de mais livros de autores "desconhecidos", e ainda mais de mulheres. Vamos mostrar para livrarias e editoras o que estão perdendo em não apoiar novos talentos.

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O zig zag da montanha

julho 06, 2017 Helô Righetto 3 Comentários


O avanço ao cume do Kilimanjaro é algo que registramos pouco em fotos e vídeos, mas é a parte da viagem que está gravada na memória com mais força. Uma das imagens mais fortes, que imediatamente me vem a cabeça quando começo a falar dessa noite/dia de escalada, é um zig zag de pontinhos iluminados montanha acima.

Eu explico: como saímos do acampamento base a meia noite, é preciso usar a lanterna de cabeça no percurso até a luz do dia dar as caras. A gente não vê nada, apenas aquele foco de luz saindo da nossa testa e iluminando os passos da pessoa que está na nossa frente. Ficamos de cabeça baixa o tempo todo, concentrados, em silêncio, apenas ouvindo nossa própria respiração - que custa a sair - e também a dos companheiros. Falamos apenas o necessário (como: preciso parar um pouco), com medo de que qualquer interrupção atrapalhe a caminhada que vai a passos muito lentos.

Em um desses momentos, meu pescoço começou a doer, afinal a gente fica olhando pra baixo. Resolvi dar uma esticada e olhei pra cima...

Lá estava, o zig zag de pontinhos iluminados. Eram pessoas que estavam mais avançadas do que a gente, bem mais pra cima, e suas lanternas demarcavam o desenho da trilha. Naquele momento eu não sabia se ria ou chorava: era algo bonito de se ver, mas me fazia pensar que eu tinha ainda aquilo tudo pra subir. E era uma parede, e não uma ladeira. Sabe quando você está parada no engarrafamento e só consegue ver a luz vermelha dos carros parados até perder de vista?

Nesse caso, a impressão que eu tinha é que a encosta do Kilimanjaro era totalmente vertical. Bateu um desespero, mas eu não conseguia parar de olhar. Era muito bonito. E havia um ponto onde as luzinhas das lanternas se misturavam as estrelas. Ali, com pouco oxigênio, meio desidratada, muito cansada e com muito frio, a gente dá umas alucinadas. Fixava meu olhar em um pontinho e não sabia se era uma estrela ou uma pessoa já quase chegando na cratera do Kilimanjaro, mais precisamente no Gilman's Point, a primeira parada do topo.

O consolo é que haviam pontinhos abaixo de nós também. Eu me pergunto se eles olhavam pra cima e sentiam a mesma coisa que eu senti naquele momento.

Já na cratera do Kili, chegando no Uhuru Peak, o ponto mais alto. Lá na frente está o Monte Mawenzi.



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Mulheres incríveis e seus legados: um passeio guiado em Londres

julho 03, 2017 Helô Righetto 1 Comentários


Modéstia a parte, eu sou uma pessoa que vive tendo ideias. Tenho ideia para uns 50 guias de viagem, de produtos para vender, de palestras, de projetos pro blog. Mas da ideia para a prática, como muita gente sabe, a história é outra. Por isso, quando eu alcanço uma meta, como a publicação do meu guia em 2015, minha primeira meia maratona ano passado e o Kilimanjaro esse ano, eu falo e fala e falo sem parar sobre isso.

A ideia concretizada mais recente é o lançamento de um passeio guiado em Londres. Estava pensando nisso acho que há mais de um ano, e finalmente - depois de vários testes e muita pesquisa - anunciei três datas. Esse passeio une duas das coisas que mais amo, Londres e feminismo. Não é maravilhoso?

O passeio chama "Mulheres incríveis e seus legados". Tem 3 horas de duração, e feito todo a pé pelo centro de Londres (começa na estação de Green Park e termina na ponte de Westminster) e em 15 paradas a gente passa por monumentos, casas, museus e lugares icônicos para falar de muitas mulheres que fizeram muito pela humanidade.

O valor pessoa é de £14, que eu peço que sejam pagos antecipadamente. Todas as datas (até agora são 3: 20/7, 6/8 e 30/9) tem seu próprio evento na página do Facebook do Conexão Feminista, juntamente com o link para fazer o pagamento. Caso você não acesse o Facebook, fale comigo!

E quem não estiver em Londres em nenhuma das datas e quiser um tour privado, também dê um alô.

Links para mais informações e para comprar seu ingresso:

Dia 20/7: https://www.facebook.com/events/1595997217100236/
Dia 06/8: https://www.facebook.com/events/100601007248413/
Dia 30/9: https://www.facebook.com/events/249469345540454/

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